Maior complexo penitenciário de Minas recebe R$ 13,7 milhões do Estado para reforma de muralhas e guaritas

Penitenciária Nelson Hungria tem muralha de quatro quilômetros de extensão e sete metros de altura. Vinte presos e 80 operários da construtora trabalham na obra

imagem de destaqueTiago Ciccarini

“Percorri toda a extensão da muralha quando cheguei aqui, tanto do perímetro quanto das áreas internas que separam os pavilhões, e percebi diversos pontos em que ela balançava, apresentava grande instabilidade”, relata o engenheiro civil Caio Eduardo Rocha, da empresa contratada pelo Governo de Minas para a reforma desta parte da estrutura do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana da capital.

Agora, após 286 dias de obras, ela está segura, pois os 344 pilares originais foram reforçados, e ainda instalados mais 116, com a mão de obra de 20 presos e 80 operários, além do trabalho em todas as etapas e nas várias frentes, como reboco, pintura, selagem, parte elétrica e hidráulica das guaritas e iluminação geral da área externa.

A entrega está prevista para janeiro de 2025, sendo que 60% de toda a obra já foi realizada. Até o momento, foram executados R$ 5,3 milhões e o valor total previsto é de R$ 13,7 milhões.

O diretor da penitenciária, Saulo Castro, lembra que a unidade tem 36 anos e, desde a inauguração, esta é a primeira reforma da muralha, com seus quatro quilômetros de extensão e sete metros de altura. “É um sonho realizado”, comemora o diretor. “Tínhamos problemas com a rede elétrica que passa pelo local e, ainda, nas guaritas, as quais receberam o sistema de proteção de descargas atmosféricas (SPDA), para dar mais segurança aos policiais penais”, acrescenta o diretor.

O engenheiro civil Caio explica que a instabilidade da muralha, existente antes das obras, foi resultado do projeto original e não tem relação com manutenção. “O guarda-corpo da passarela também está em situação ruim, mas passará por uma revitalização geral. Ele é imprescindível para a segurança dos policiais penais que transitam nestes quatro quilômetros de extensão”.

Dentre todos os presos cuidadosamente selecionados para os serviços, destaca-se Felipe do Rosário, 26 anos, atuante desde o início. “Nunca tinha trabalhado na construção civil. Estou aprendendo muito por aqui, acredito na possibilidade de conseguir um emprego na área, quando receber meu alvará de soltura. Falta pouco para voltar para casa”, conta.

Sistema prisional em obras

A Subsecretaria de Gestão Administrativa, Logística e Tecnologia (Sulot) acompanha, no momento, 19 obras de manutenções e reformas em todo o sistema prisional mineiro. São R$74 milhões que o Estado está destinando para a reforma de unidades prioritárias, como é o caso do mais conhecido complexo prisional de Minas, o Nelson Hungria – que recebe pela primeira vez, desde a sua inauguração, uma reforma desse porte em toda a extensão da  muralha.

Para o diretor de Infraestrutura da Sulot, Laudemir de Jesus Martins, “a obra é fruto de uma importante atuação integrada entre a Sejusp e a Secretaria de Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), com vistas a melhorar e restaurar a segurança estrutural da unidade, bem como garantir a segurança de servidores e indivíduos privados de liberdade. Trata-se de uma construção antiga e, por essa razão, a muralha já apresentava o desgaste natural devido à ação das intempéries, trincas e demais problemas estruturais, o que demanda um desafio logístico para implementação dos serviços, com a unidade em pleno funcionamento”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *