Marcos Gabiroba e a crônica da semana      “Uma profunda meditação”

Às vezes a prudência se faz necessária. Cautela. Não é por nada não. Não é por medo ou estratégia. É a prudência pela prudência. Falar pouco, não ser precipitado, não se vangloriar ou maldizer de alguém, são aspectos da prudência que devem ser cultivados. Olhar onde pisa, vislumbrar a estrada, caminhar seu caminho com serenidade. A prudência o tornará sereno. Fará de você uma pessoa íntegra e livre. Livre das vaidades e das competições. A prudência é, no fundo, lá no fundo mesmo, uma espécie de autorrespeito. Caminhar seu caminho sem quere admiradores ou seguidores, sem pressa para galgar etapas, torna sua vida mais calma e boa. Voltamos muito o nosso foco para nossas metas, para as pessoas e nos perdemos nelas. Na prudência nos aproximamos de nós mesmos, de nosso referencial, sem mede de perder o que temos ou o que desejamos conquistar. O apego ao que temos, principalmente, à nossa autoimagem e ao nosso desejo de conquistas, nos torna indivíduos, ou pessoas imprudentes.

Para sermos prudentes não podemos nos apegar aos nossos desejos de posses e de conquistas. O nosso foco deverá ficar sempre no nosso valor como ser humano, sem ter que provar nada ou vencer. Aprender a amar a vida, despojado de apegos do ego, faz com que fiquemos mais nos nossos momentos. Momentos estes que nos permitem um maior contato com a realidade, tanto interior como exterior, sem pressa.

Na prudência o que importa é o contato e uma ação ditada por ele e não pelo desejo. A prudência é uma atitude realista. Pensem nisso.

Na vida, a gente caminha o caminho recebendo coisas e pessoas. Você, caro ouvinte, já imaginou porque seu caminho é um país e não outro, numa cidade não outra? Já imaginou a probabilidade de encontro com pessoas que sua condição geográfica propicia? Porque umas pessoas e não outras de sua cidade se aproximam de você? Isso tudo tem um significado. Tudo é para você. Você é único , especial. Tá vendo? Você é especial demais e não sabia. Aproveite que o luar é seu, só seu, todinho seu. Ninguém verá o luar que você vê; ninguém o sentirá da maneira que você o sente. Isso é que o faz único no mundo. Sua maneira de ser, de ver e de sentir as coisas. Sendo único, então, poderia acrescentar em cada gosto seu, em cada palavra, algo novo na vida de cada um e das coisas, Não se enquadre, não viva papéis, os papéis o massificam. Escondem você e o que você tem de especial. Coloque o seu toque, a sua maneira de ser, a sua marca em todo lugar de sua estrada por onde passar. Não se omitir é isso. É não omitir a expressão única de seu ser. Não se omitir é se colocar por inteiro e sem disfarce em cada gesto, em cada expressão. Isto é que acrescenta, contribui e altera no mundo.

Coloque no mundo sua marca, a sua cor, o seu tom. E ainda, melhor que tudo isso, sua alma. Amigos e ouvintes, a Lua Divina ilumina e amansa o coração dos seres humanos. A luz ilumina o caminho escuro da maldade humana. A luz é bondade. A bondade é uma tentativa de ser amado, em vez de lutando ou competindo. A bondade é uma gratuidade difícil de ser alcançada.

Todo nosso treino é para a competição e disputa. É luta o tempo inteiro. Luta de nós conosco mesmo, de nós com os outros. Para de lutar é viver. Viver a vida sem lutas, sem competições ou disputas. Viver a vida sem ter que vencer. Ser sereno. Ser. Para que a luta, a disputa? Para vencer e sentir-se realizado? Vencer para ter valor? Olha que bobagem!

Em primeiro lugar preste atenção nessa necessidade de ser valorizado e reconhecido. O que você ganha com isso? Preste atenção! Para ser valorizado, para ser reconhecido? Qual o verdadeiro ganho? Ter admiradores? Qual é o ganho? É meio infantil, não é? Batem palmas para você e você se incha, se ilumina, se acende. Por que não acender e se iluminar com sua própria chama? Por que precisa da fagulha dos outros para se acender? Você precisa ter a sua chama acesa, mas acesa pela sua própria vida. Viver aceso e iluminado pela própria vida é viver no sossego, no amor, na bondade. Pense também nisso.

Não sabemos o dia de amanhã. Portanto, hoje precisamos de muita humildade para ver e aceitar as coisas e fatos. O orgulho mascara e corrompe. Hoje, buscamos alegres, felizes, desprezando, menosprezando os que sofrem. Amanhã, seremos iguais a eles. Tudo na vida vem para nos ensinar. Ensinar, cada vez mais, a dura, e penosa lição da humildade e do amor. Nessa luta, só o amor é o vencedor!

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