Marcos Gabiroba e a crônica da semana “Valorizar ou não valorizar seus pais”

É o dia das mães. Mãe palavra sublime que Deus nos concedeu, porque seu Filho Jesus também teve uma mãe, Maria, que aos pés de seu filho na Cruz, também chorou. Chorou por ver seu único filho naquele estado: mutilado, desprezado e desprezível por todos. A maior fraqueza da mulher em seus relacionamentos tem sido colocar a felicidade nas mãos de outra pessoa – nas do marido, dos filhos ou até do chefe.

Essa tendência de todas as mães viverem para o marido, os filhos e, às vezes com seus familiares ou outras pessoas leva-a, constantemente a querer provar que é a leoa do lar, capaz de resolver problemas, além de ser digna de ser amada na esperança de que, ao receber o reconhecimento dos outros, garanta sua paz. É nesse estilo de vida, que descuida de si mesma, de seus desejos, de sua vocação, acaba ficando dependente e solitária. Nesse caso, tende a aceitar a solidão como se fosse uma maldição inevitável ou acaba fazendo os outros possam também sentirem-se culpados para conseguir sua companhia.

Quando uma mãe tem consciência de sua capacidade de realizar-se no amor e na profissão, não fica dependendo de um homem para ser feliz, pois sabe conquistá-lo, é romântica sem ser melosa, firme sem ser autoritária e idealista sem ser utópica. Cada vez mais as mulheres estão conseguindo espaço no mercado de trabalho porque são dedicadas, responsáveis e capazes. Hoje, mais da metade da população feminina trabalha em empresas, em consultórios, escritórios e indo em busca de sua autonomia, da auto realização, de ser independente do homem. É muito bom obter sucesso sem culpa, pois você tem direitos em sua vida, à sua carreira, ao reconhecimento e não precisa se sentir culpada ou diminuída. As mães que na maioria, ficam em casa para cuidar dos filhos em período integral acabam exagerando na necessidade que os filhos têm delas. Começam como dizia minha mãe, a procurar pelo em ovo que a galinha ainda não botou para sentirem-se imprescindíveis. Na verdade, seus filhos não precisam de você vinte e quatro horas por dia, mas de espaço para crescerem, para assumirem responsabilidades e superarem desafios. Quando uma mãe não desenvolve sua autonomia, quando se sente culpada por deixar os filhos em algum momento do dia, lá na frente, depois dos 50 ou 60 anos, vai querer mandar a conta para alguém. A conta vem acompanhada de frases do tipo: “Eu, que dediquei toda minha vida a você, recebo como recompensa o seu abandono! Você é um(a) ingrato(a), quer ir para o exterior estudar, mudar para outra cidade, sair de casa, nem se preocupar em ligar todos os dias para sua mãe!”.

Normalmente a conta é alta, quase impossível de ser paga. A única maneira de uma pessoa respeitar a autonomia dos outros é ser autônoma, administrar a própria vida e não cobrar dos outros uma dívida que eles não queiram assumir. Neste momento gostaria de lembrar ao nosso público ouvinte que você tem o direito à sua vida, aos seus sonhos, aos seus planos para, construindo seu caminho, fazer no rosto o sorriso de quem soube vencer. Conviver e desfrutar a companhia dos seres amados não são um favor que o homem presta aos outros, mas sua grande oportunidade de ter uma vida mais plena. Todo ser humano tem o direito à sensibilidade, a curtir a intimidade com as pessoas que amam. Nós seres humanos fomos treinados durante milênios para sermos duros rudes, fortes, agressivos para sobreviver num mundo de guerras e oportunidades falsas. Essa visão do ser humano é como aquele que não tem afeto nem sentimento, fatos estes que destroem a alma masculina.

É muito legal quando você percebe que seus sentimentos, afetos, medos e alegrias, do seu filho, ou filha, têm valor. Quando você valoriza, vai valorizar também o afeto, e o medo das pessoas que você ama, talvez, estejam precisando de proteção num ombro amigo, inclusive, algumas orientações.

Meu amigo, minha amiga, você que neste momento está sintonizado nesta emissora de rádio, valorize seus pais e acredite que eles estão com muita vontade de sentir que ainda são importantes para você. Depois que eles partem, a dor, e a saudade machucam demais. E como dói. Valorizar é você reconhecer que seus pais são uma coluna inabalável para a construção de uma família feliz e segura. Não valorizar seus pais é dar um tiro no pé, ou tomar um veneno e esperar que o outro morra. Pensem nisso!

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