Operação Terceira Estação cumpre mandados em quatro cidades contra organização criminosa baseada em Governador Valadares

ACOM MPMG

Mesmo preso, integrante do grupo continuava no comando das atividades com o apoio de sua companheira, que chegou a movimentar mais de R$ 21 milhões em transações financeiras suspeitas

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 11ª Promotoria de Justiça de Governador Valadares, com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil de Minas Gerais, deflagrou, na manhã desta terça-feira, 29 de julho, a operação Terceira Estação, com o objetivo de desarticular organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de capitais e outros crimes correlatos, com base de atuação em Governador Valadares, no Vale Rio Doce.

Foram cumpridas medidas cautelares expedidas pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares, nos autos nº 5013476-85.2025.8.13.0105, nas cidades mineiras de Governador Valadares, Belo Horizonte e Uberlândia, além de Cariacica/ES. 

Dentre as medidas, destacam-se 11 mandados de busca e apreensão e quatro de prisões preventivas. Foi determinada ainda o bloqueio de ativos financeiros que totalizam R$ 10.729.454,06.

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Crimes de dentro de penitenciárias
A análise minuciosa dos elementos colhidos ao longo da apuração permitiu identificar a atuação de integrantes da organização criminosa, com destaque para um homem que encontrava-se custodiado na Penitenciária Francisco Floriano de Paula (PFFP), em Governador Valadares, estando atualmente recolhido no Complexo Público-Privado de Ribeirão das Neves.

Apesar de encarcerado, ele continuava exercendo o comando das atividades ilícitas a partir da unidade prisional, com o apoio direto de sua companheira, que utilizava uma identidade falsa.

Apurada a real identidade da mulher, verificou-se em seu nome condenações que totalizam mais de 34 anos de reclusão por tráfico interestadual de drogas e roubos a instituições financeiras. Utilizando o nome falso, ela esteve envolvida em movimentações de mais de R$ 21 milhões em transações financeiras suspeitas.

As investigações revelaram, ainda, a suposta autoria do homem em um homicídio ocorrido nas dependências da PFFP, ocasião em que um outro preso teria subtraído dele cinco gramas de cocaína. Em retaliação, ele obrigou a vítima a consumir toda a substância restante, o que culminou em seu óbito.

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Estrutura sofisticada
A operação evidenciou a existência de uma sofisticada estrutura criminosa, com articulação intra e extramuros, baseada no bairro Primavera, em Valadares, mas com ramificações em diversas unidades da federação, empregando métodos modernos de ocultação patrimonial e movimentação financeira ilícita.

A denominação Terceira Estação faz alusão à Primavera — terceira estação do ano e nome do bairro que se tornou epicentro das atividades ilícitas — e simboliza uma nova fase nas ações repressivas do Estado no combate ao crime organizado na região.

A operação reforça o compromisso do Ministério Público de Minas Gerais e das Polícias Militar e Civil no enfrentamento às organizações criminosas, promovendo a responsabilização dos envolvidos e a recuperação dos ativos oriundos de atividades ilícitas.

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