Marçal rifa funcionário para se livrar de ação por cortes pagos

Em defesa apresentada à Justiça Eleitoral, Pablo Marçal (PRTB) disse que funcionário de sua empresa promoveu cortes sem sua participação

Luiz Vassallo/Metrópoles

Paulo Cappelli / Metrópoles

Pablo Marçal

São Paulo — A estratégia de defesa de Pablo Marçal (PRTB) para convencer a Justiça Eleitoral de que não pagou por cortes de vídeos de seguidores durante a campanha passa por rifar seus próprios aliados. Em uma petição apresentada à Justiça, o candidato disse que não tem qualquer relação com cortes, segundo ele, feitos por terceiros e que não teve participação em um campeonato de cortes promovido por seu próprio funcionário.

Candidato à Prefeitura de São Paulo, Marçal é alvo de um pedido de impugnação de sua candidatura e de investigação por abuso de poder econômico feito pelo Ministério Público Eleitoral em São Paulo. O motivo é o suposto pagamento de seguidores para promover sua candidatura na internet no período de pré-campanha, sem declaração de gastos à Justiça Eleitoral.

Na investigação, o MP Eleitoral pediu para que Marçal apresentasse comprovantes de pagamentos a seguidores e a quebra de sigilo fiscal e bancário de suas empresas. Também é alvo desses pedidos do MP Jefferson Zantut, que se apresenta como funcionário da PLX, uma das empresas de Marçal.

Em sua defesa, o candidato não apresentou qualquer comprovante sob o argumento de que não fez esses pagamentos, e de que esses cortes foram feitos por terceiros, sem sua autorização.

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A peça é assinada por dois escritórios pesos-pesados. Um deles é o Pomini Advogados, fundado pelo presidente do Porto de Santos, Anderson Pomini, que atuou por ex-governadores como João Doria e Márcio França (PSB). Outro é de Paulo Hamilton Siqueira Jr, que foi juiz eleitoral do TRE de São Paulo por cinco anos.

As bancas afirmam que “não se pode admitir é o requerido ser processado e eventualmente condenado por terceiros utilizarem, de forma indevida, o seu nome, notadamente porque não houve e não há pagamento, por parte do requerido tampouco por parte de suas empresas, para realização de cortes na internet com viés eleitoral”.

A respeito de Jefferson Zantut, os advogados de Marçal afirmam que ele promoveu um campeonato de cortes “sem qualquer participação ou pagamento do prêmio” por Marçal. “Percebe-se, assim, que não existem ínfimos indícios nos autos de que o requerido tenha realizado qualquer ação ou omissão que o enquadre em qualquer irregularidade, tampouco abuso do poder econômico”, dizem os advogados.

“Ora Excelência, conforme já citado e demonstrado, não houve e não há pagamento, por parte do requerido tampouco por parte de suas empresas, para realização de cortes na internet com viés eleitoral. Resta, assim, clara a inexistência de abuso do poder econômico!”, argumentam.

Alvo do pedido de quebra de sigilo do MP e rechaçado pela defesa de Marçal, Jefferson Zantut se apresenta como funcionário da PLX Digital, empresa que pertence a Marçal e seu braço-direito, Marcos Paulo de Oliveira.

Sócio de Marçal em diversas outras empresas, inclusive na de aviação e na fazenda em Itu, no interior paulista, Marcos Paulo doou R$ 900 mil ao ex-coach nas eleições 2022, quando tentou ser candidato a presidente, acabou se elegendo deputado federal, mas teve a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral.

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