Ré no processo do sequestro de Marcelinho Carioca, mulher estava em casa de condomínio de luxo que funcionava como central de golpes
Jessica Bernardo/Metrópoles
Reprodução/Polícia Civil
São Paulo — Uma das acusadas de participar do sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca em dezembro de 2023, em São Paulo, foi presa em flagrante nessa sexta-feira (21/6), em um condomínio de luxo em Igaratá, no interior paulista, em operação deflagrada pela Polícia Civil.
Eliane Lopes de Amorim estava em uma casa que era usada por criminosos para a aplicação de golpes contra clientes de bancos, segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Além dela, outros 11 suspeitos de participar da quadrilha também foram presos no local.
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A “central dos golpes” foi descoberta após a denúncia de vizinhos, que avisaram a polícia sobre uma movimentação suspeita na casa durante vários dias. Segundo eles, os supostos moradores do imóvel entravam e saíam do local com notebooks, fones de ouvido e outros equipamentos eletrônicos.
As equipes do Deic fizeram campana na região e desconfiaram que a casa era usada por criminosos. Os policiais, então, teriam entrado no imóvel e abordado os suspeitos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, parte do grupo tentou fugir com a chegada da polícia.
Entre os que tentaram sair do local estava Eliane, acusada de receber o dinheiro do sequestro de Marcelinho Carioca. Em janeiro deste ano, ela teve a prisão domiciliar concedida pela Justiça por ser mãe solo de crianças com menos de 12 anos.
Durante a tentativa de fuga nessa sexta-feira, Eliane teria caído de um barranco na parte de trás do imóvel e quebrou duas costelas, segundo a polícia. Ela e os outros suspeitos que também se machucaram ao sair pelos fundos da casa foram levados a um pronto-socorro e, em seguida, encaminhados para a delegacia.
Eliane passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva pela Justiça.
Como funcionava a central de golpes
Na casa onde o grupo foi preso, foram encontrados 12 notebooks, 18 celulares, cinco fones de ouvido, três veículos e um sistema de internet por satélite. Nos computadores, os investigadores encontraram uma planilha com vários nomes e roteiros sobre como fazer com que as vítimas caíssem no golpe.
Uma das pessoas listadas na planilha, uma juíza de 76 anos do Rio de Janeiro, contou aos policiais como se tornou vítima do grupo.
Segundo ela, um dos golpistas se passou por seu gerente e disse que sua conta tinha apresentado uma quebra de segurança. Com isso, conseguiu convencer a juíza a passar dados que permitiram o acesso ao aplicativo do banco. Os criminosos transferiram quase R$ 50 mil da vítima.
O caso foi registrado como furto, associação criminosa, desobediência e apreensão de objeto.