Tatiana Santos/Radio Pontal
A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da quaresma no calendário cristão católico. A data marca o início do período de 40 dias que antecede a Páscoa. A data é celebrada neste dia 14 de fevereiro, momento em que também se oficializa a Campanha da Fraternidade, ação que é realizada anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Em entrevista ao programa Conexão Regional, da rádio Pontal, o padre Hideraldo Veríssimo, que atua em Itabira, falou sobre este período tão importante para os fiéis católicos. De acordo com o sacerdote, a quarta-feira de cinzas é o início da quaresma, em que as cinzas representam a simplicidade do ser humano diante de Deus, numa alusão à passagem de Gênesis 3:19. Ele salienta ainda, a importância de as pessoas olharem para dentro de si e enxergarem que todos somos iguais perante o Criador. “Ao mesmo tempo, é um convite que a igreja nos faz para que possamos iniciar a nossa caminhada de preparação para a Páscoa, que é o evento mais importante, em que nós comemoramos a vitória de Cristo sobre a morte”, ressalta.
Práticas quaresmais
Padre Hideraldo ainda explica que a quaresma é um momento em que os católicos tradicionalmente desenvolvem três práticas: jejum, penitência e caridade (esmola), e que o número 40 é referenciado por eventos marcantes na Bíblia. Por exemplo, os 40 dias de duração do dilúvio relatado em Gênesis; Jesus se recolheu no deserto por 40 dias e 40 noites, como escreveu Mateus; o povo hebreu vagou 40 anos pelo deserto, conforme descrito em Deuteronômio, e outras passagens ligadas às quatro dezenas.
Por tradição, católicos aguçam essas práticas como forma de reflexão e preparação pascal. “É o momento de mais oração, um momento no qual a igreja nos convida a nos penitenciar. Somos pecadores, precisamos contar com a graça e a misericórdia de Deus, e precisamos nos colocar diante de Deus”.
Campanha da Fraternidade 2024
Sob o tema “Fraternidade e Amizade Social”, a campanha iniciada nesta quarta-feira pós-Carnaval, se baseia em um documento do Papa Francisco, em que o católico é chamado a transformar as relações, aplacando as divisões onde predomina a indiferença, a exclusão, o ódio. “Não podemos separados, não podemos nos dividir diante de Deus. Deus ama todas as pessoas. Ele não ama o pecado, mas o pecador Ele ama. Ele nos ama. Amizade social é para que possamos construir essa amizade”, esclarece o padre.
Na prática, segundo o religioso, a campanha é pautada em um manual, onde se direcionam os trabalhos dentro do tema do ano. O objetivo é suscitar o trabalho da Igreja Católica, saindo da teoria e indo em busca das práticas sociais, de maneira concreta, com investimentos revertidos em obras sociais pelo Brasil, é o que esclarece o sacerdote.