O Brasil tem atualmente 392.724 casos prováveis de dengue, segundo informações do Ministério da Saúde
Maria Eduarda Portela/Metrópoles

Um levantamento realizado pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostra que o número de testes positivos de dengue no Brasil subiu de 0,7% para 13% em menos de dois meses. O estudo analisou os dados referentes às semanas epidemiológicas 47 (19 a 25 de novembro de 2023) e 3 (14 a 20 de janeiro de 2024).
Os dados fazem parte do primeiro relatório de monitoramento de arboviroses, que analisa informações referentes a doenças transmitidas, principalmente, por mosquitos.
O percentual de 13% registrado na semana epidemiológica 3 supera o índice para o mesmo período de 2022 (8%) e 2023 (6%). Segundo o Instituto Todos pela Saúde, historicamente, o pico da doença acontece entre abril e maio.
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A pesquisa utilizou as informações coletadas em mais de 50 mil testes de dengue realizados pelos laboratórios do Hospital Albert Einstein, Hillab, HLAGyn e Sabin, entre janeiro de 2022 e 2024.
“O monitoramento de arboviroses realizado com dados de laboratórios parceiros reflete uma amostragem não uniforme das unidades federativas, sem ajuste populacional em razão do baixo número total de diagnósticos”, destaca o ITpS.
Segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 392.724 casos prováveis de dengue em 2024, com 54 vidas perdidas pela doença.
Vacinação
O Ministério da Saúde informou que a vacina contra a dengue deve começar a ser aplicada em fevereiro. A pasta irá disponibilizar o imunizante para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que vivem em municípios selecionados.
A vacina que será utilizada é a Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda Pharma, incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) pelo Ministério da Saúde. O medicamento foi aprovado para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023.
A expectativa do Ministério da Saúde é vacinar cerca de 3,2 milhões de pessoas ao longo de 2024.
Prevenção
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem reforçado que a vacina não trará efeitos imediatos nos casos de dengue no país e destaca a necessidade da adoção de medidas de prevenção e controle da doença nas cidades.
“Cerca de 75% dos focos estão dentro de casa. Vamos tampar as caixas d’água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, retirar água acumulada dos vasos e plantas”, disse a ministra durante pronunciamento nessa terça-feira (6/2).