Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ação conjunta com o Butantan e a Fiocruz vai buscar ampliar novas vacinas contra a dengue
Daniela SantosRebeca Borges/Metrópoles
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou, neste sábado (3/2), que a pasta fará ação conjunta com o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para ampliar a oferta de vacinas contra dengue no Brasil.
A declaração foi feita durante a abertura do Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses), em Brasília. A iniciativa foi criada para monitorar e combater o surto de dengue no Brasil.
De acordo com a ministra, a ideia da ação conjunta as entidades e que terá apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é agilizar a análise de novas vacinas em produção. Atualmente, a vacina contra a doença disponível no Brasil é a QDenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda.
Segundo o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) somará esforços para ampliar a produção do imunizante da Takeda.
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Além disso, o Instituto Butantan está desenvolvendo uma outra alternativa de vacina, chamada de Butantan-DV.
“Vamos estar trabalhando juntos não só com a Fiocruz, que apresentou bons resultados na vacina. É importante, mas não é uma resposta para esses municípios que estão em situação de emergência. Butantan também estará nesse esforço”, afirmou Nísia.
Apesar do esforço para ampliar a oferta, Nísia defendeu que a medida não vai impactar o surto atual da doença.
“Nesse momento, as vacinas são muito importantes porque elas são o início de uma vacinação que não vai ter efeito para esse surto de agora. Elas significam o início de um processo e todo o nosso esforço vai ser para ampliar essa oferta. Mas não terá impacto nesse surto”, destacou a ministra.
“A vacina não é uma solução para este momento. É uma vacina em duas doses com o intervalo de três meses. Temos que fazer aquilo que o Brasil já fez. Ações de combate a focos dos mosquitos, que é responsabilidades de todos nós e também as ações de cuidado”, pontuou.
Centro de Operações de Emergências
A portaria que institui o COE foi publicada nessa sexta-feira (2/2). Segundo a pasta, o COE vai permitir uma maior agilidade no monitoramento e análise do cenário da dengue para enfrentar o avanço da doença no país. De acordo com o ministério, serão divulgados informes diários, semanais e mensais para manter a população, profissionais de saúde e gestores informados.
As ações de enfrentamento serão coordenadas pelo Ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios. O centro terá membros de diversas secretarias da pasta de Nísia e de órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e dos Conselhos Nacionais de Secretários (Conass) e Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).