Ao descer pelo elevador para o hall do prédio, nesta quarta-feira (22), ela acabou se exaltando e equipe médica precisou intervir com sedativos.
Por Ana Carolina Ferreira, g1 Minas — Belo Horizonte
Fachada do condomínio onde mora a delegada. — Foto: Graciela Andrade / TV Globo
Mais de 30 horas depois de ter o prédio cercado por policiais, a delegada da Polícia Civil de MG que estava trancada em casa, no bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, decidiu sair e conversar com uma equipe, por volta das 17h desta quarta-feira (22). A policial foi atendida por uma equipe médica e recebeu sedativos.
Ela foi levada para um hospital na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (Samu). Segundo a defesa da delegada, um mandado de busca e apreensão foi expedido nesta quarta pela Justiça, e ela foi orientada a deixar o apartamento.
“Ela saiu espontaneamente, após conversar conosco. Ela foi encaminhada para o hospital e a Polícia Civil vai dar continuidade com a busca e apreensão”, explicou o advogado Bruno Corrêa.
A defesa da delegada também questionou como o caso foi conduzido.
“O problema dela é antigo, o assédio moral na Polícia Civil é antigo, e o que gerou o estresse todo foi a forma como se iniciou, ela se sentiu violada. Havia muitos policiais no hall do apartamento dela, no prédio, em uma situação que não houve necessidade”, disse a advogada Jucélia Braz.
Relembre o caso
Após uma publicação da delegada nas redes sociais de que não retornaria ao trabalho, um grupo de policiais foi até o endereço. A policial acabou reagindo e atirou. Ninguém se feriu.
Desde a manhã de terça-feira (21), policiais civis, com auxílio do Centro de Apoio Biopsicossocial da Polícia Civil, da Corregedoria Geral de Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros e do Samu, estão no condomínio, no bairro Ouro Preto.
O g1 entrou em contato com a Polícia Civil, que afirmou que presta o apoio necessário aos servidores e dependentes. Disse também que, recentemente, inaugurou o Centro Biopsicossocial que integra o Hospital da Polícia Civil e reúne serviços de atenção integral à saúde, voltados ao bem-estar físico, mental e social dos servidores.
Com relação às denúncias sobre assédio à delegada, não houve resposta até a última atualização desta reportagem.