O sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, assassinado com dois tiros na cabeça durante uma perseguição policial no bairro Novo Aarão Reis, em Belo Horizonte, vai ter direito à “Promoção Pós Mortem”, o que significa uma progressão de carreira como homenagem à vida perdida durante o serviço. Esta informação foi confirmada pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) nesta quarta-feira (10), um dia após o corpo do sargento Dias ser sepultado no cemitério Bosque da Esperança.

De acordo com as informações a promoção em nome do Sargento Dias é um direito aos Militares que falecem quando em prestação de serviço. “A Polícia Militar de Minas Gerais esclarece que o Militar que falece em consequência de acidente no desempenho de suas funções ou de ato por ele praticado no cumprimento do dever profissional, como no caso do Sargento Dias, fará jus a Promoção Pós Mortem”, informou a corporação.
O Sargento Dias tinha a patente de terceiro Sargento e foi promovido a Segundo Sargento, com isso a família do policial, que deixou a esposa e uma bebê recém-nascida, terá direito à pensão acidentária e ao auxílio funeral. Os benefícios passarão por uma avaliação antes de serem liberados. “As situações passam por análise dos critérios existentes e, somente após essa verificação, é que são garantidos esses direitos à família do Militar”, explicou a Polícia Militar.

Relembrando do caso
O sargento Dias foi atingido por dois disparos à queima-roupa na cabeça noite de sexta, quando as viaturas do 13º Batalhão realizavam uma perseguição aos dois suspeitos na Avenida Risoleta Neves. Em dado momento, o motorista teria perdido o controle da direção do veículo Fiat Uno e colidido contra um poste. Após o acidente, os suspeitos desembarcaram do carro fugiram correndo do local.
Um dos bandidos Welbert de Souza Fagundes, de 25 anos, foi alcançado pelo Sargento. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento exato em que o Militar tentou aproximar do autor dando ordem de parada, mas foi surpreendido pelo criminoso, que sacou de uma arma de fogo e atirou queima-roupa contra o Policial.

O militar foi socorrido por colegas para o Hospital Risoleta Neves, no bairro Venda Nova, mas devido a complexidade do caso, o Sargento foi encaminhado para o Hospital João XXIII. O Militar estava corporação há cerca de 10 anos.
Prisão em flagrante é convertida em preventiva
A Justiça decidiu por manter presos os dois homens suspeitos de envolvimento na perseguição que terminou com o sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, baleado duas vezes na cabeça. O atirador de 25 anos e um comparsa dele, de 33, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva em audiência de custódia neste domingo (7).
A decisão foi da juíza Juliana Miranda. Ela argumentou que as circunstâncias são “gravíssimas”, argumentando que, além do sargento baleado, outros policiais teriam sido alvos da dupla, que atirou contra a viatura. “Foi necessária uma mobilização policial complexa e longa para captura dos autuados”, observou.
A magistrada ainda lembrou o passado criminal de ambos para provar que há risco caso eles não fiquem em detenção, sendo que o suspeito de 33 anos, que, até a prisão em flagrante, estava em liberdade condicional, ainda está em cumprimento de pena por um assassinato e tentativa de assassinato qualificada. “Tudo isso corrobora para a necessidade da conversão da prisão em flagrante em preventiva para a garantia da ordem pública”, concluiu Juliana.
“Saidinha”
O suspeito, 25 anos, de atirar à queima-roupa contra o sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha, 29, gozava de uma saída temporária do Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde estava desde agosto. A saída temporária, popularmente conhecida como “saidinha”, é um benefício previsto na Lei de Execuções Penais – 7.210/1984 – para presos em regime semi-aberto.