Caminhoneiros marcam greve para esta quinta (4/12) e buscam apoio

Organizadores de greve dos caminhoneiros projetam adesão nas cinco regiões do país, com maior foco na Região Sudeste, no estado de São Paulo
Catielen de Oliveira/Metrópoles

Caminhoneiros de várias regiões do Brasil ensaiam uma greve geral da categoria em todo o país, com início nesta quinta-feira (4/12). Organizadores do evento projetam adesão nas cinco regiões do país, com maior foco na região sudeste, no estado de São Paulo. O tamanho do movimento é incerto porque há divergências entre entidades que representam os transportadores de cargas.

Segundo um dos representantes do movimento, Francisco Burgardt, membro do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens de Ourinhos (Sindicam-SP), o ato acontece seguindo todas as medidas impostas pela lei. Na última segunda-feira (1/12), um ofício foi protocolado junto ao Palácio do Planalto informando o governo sobre a greve.

Ao Metrópoles, Burgardt informou que espera que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ofereça alternativas de melhorias ao setor.

Entre as reivindicações do setor estão a estabilidade contratual do caminhoneiro, a garantia do cumprimento das leis, a reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas e a aposentadoria especial de 25 anos de trabalho comprovada com recolhimento ou documento fiscal emitido.

A convocação acontece principalmente pelas redes sociais, com o apoio de figuras políticas, como o ex-desembargador Sebastião Coelho, que ajuda a puxar a convocação. 

Ainda segundo os organizadores, o movimento deve começar com um pequeno número de caminhões parados e a expectativa é de que vá crescendo gradualmente. A intenção é parar em mais de 40 pontos do país.

Caminhoneiros divergem sobre greve

Ainda não se sabe ao certo qual deve ser o tamanho da adesão à greve. A Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos do Porto de Santos (CCAPS), por exemplo, afirmou ao Metrópoles que não deve aderir ao movimento. Eles justificam dizendo que não houve assembleia ou qualquer reunião para decidir a paralisação entre os representantes dos caminhoneiros.

Já a Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas (ACTRC) e outras associações e cooperativas apoiam a greve. O sindicato nacional da categoria afirmou que apoiará qualquer decisão tomada pelos caminhoneiros.

Diante do impasse, é esperado que o movimento tenha uma adesão baixa, apesar do engajamento de parte da categoria.

Zé Trovão se manifesta contra

O deputado federal Zé Trovão (PL-SC), um representante da categoria na Câmara dos Deputados, se manifestou contra a greve. Em um vídeo publicado nesta quarta, o parlamentar justificou porque é contra o ato.

“Vocês não estão querendo defender quem está preso, vocês não estão querendo defender o presidente Bolsonaro, vocês estão querendo defender interesses próprios, porque até a pauta que vocês trazem não resolve os problemas do transporte […] Querem fazer? Façam. Se der certo, ótimo, mas eu não vou apoiar”, declarou Zé Trovão.

Greve dos caminhoneiros em 2018

Em 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB), caminhoneiros de todo o país fizeram greve, durante 10 dias, contra os reajustes frequentes nos preços dos combustíveis, especialmente do óleo diesel. Além disso, eles também reividicavam melhorias para a categoria.

A greve causou grandes impactos no país, em especial na economia, devido ao desabastecimento de combustíveis e alimentos. A paralisação só chegou ao fim após o governo topar um acordo com a classe.

Receba notícias de Brasil no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp.


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *