Fala do presidente do PL é vista como contraditória à defesa de Bolsonaro, que sustenta que não houve tentativa de golpe de Estado
Catielen de OliveiraIgor Gadelha/Metrópoles

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi atacado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após dizer que “houve um planejamento de golpe, mas nunca teve golpe efetivamente” no Brasil. O político fez a afirmação durante um evento em Itu (SP), nesta segunda-feira (15/9), ao lado de presidentes de outros partidos.
“Houve um planejamento de golpe, mas nunca teve o golpe efetivamente. No Brasil, a lei diz o seguinte: ‘Se você planejar um assassinato, mas não fizer nada, não tentou, não é crime’. O golpe não foi crime. O grande problema nosso é que teve aquela bagunça no 8 de Janeiro, e o Supremo diz que aquilo foi golpe. Olha só, que absurdo! Camarada com pedaço de pau, um bando de pé de chinelo quebrando lá na frente, e eles falam que aquilo é golpe”, disse Valdemar.
A fala não foi bem recebida por aliados do ex-presidente, que fizeram várias críticas a Valdemar. Fábio Wajngarten, um dos maiores aliados de Bolsonaro, ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações e chefe da Secretaria de Comunicação Social do Governo, fez uma publicação em suas redes sociais questionando o presidente do PL.
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“Houve planejamento de golpe? Se sim, por quem? Alguém financiou? Não é possível mais ouvirmos e nos calarmos. Chega”, disse.
O bolsonarista Paulo Figueiredo também reagiu ao comentário de Valdemar:
“Como eu sempre digo: não estamos nesta merda de dar gosto à toa”, declarou o braço direito de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A fala do presidente do PL é vista como contraditória à defesa de Bolsonaro, que sustenta que não houve tentativa de golpe de Estado.
Não é a primeira vez que Valdemar é criticado pelo bolsonarismo após falas sobre Bolsonaro. Isso também aconteceu no último mês, depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter autorizado a prisão domiciliar do ex-presidente. Na ocasião, o presidente do PL emitiu uma nota “corrigindo” sua declaração.
À coluna Igor Gadelha, do Metrópoles, Valdemar afirmou nesta segunda que falou “com uma condicionante”. ”Se tivesse, imagine que tivesse, vamos supor que tivesse… Foi no campo do imaginário”, disse.
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