Ação conjunta envolveu Polícia Militar, Ministério Público, SAMU, Vigilância Sanitária e Assistência Social. Mais de 50 internos estavam em condições insalubres e seis precisaram ser hospitalizados.
ITABIRA(MG)- Na manhã desta sexta-feira, 18 de julho de 2025, por volta de 7h45min, uma operação coordenada pela Polícia Militar de Minas Gerais, em conjunto com o Ministério Público, SAMU, Vigilância Sanitária e a Secretaria Municipal de Assistência Social, resultou na interdição de uma clínica de reabilitação de dependentes químicos em situação irregular na localidade de Montes Claros, zona rural do distrito de Ipoema, município de Itabira.

A ação foi motivada por denúncias de maus-tratos e irregularidades no funcionamento da clínica. Durante a vistoria, foi constatado que o espaço utilizado era uma antiga casa rural em condições precárias. Internos dormiam em baias, havia fezes e urina no ambiente, ausência de colchões adequados, alimentos vencidos e até produtos em decomposição. Os banheiros não funcionavam e o local contava com animais soltos, inclusive bovinos.

Dos mais de 50 internos, seis apresentavam sinais graves de debilidade física ou possível dopagem e foram encaminhados ao Pronto-Socorro Municipal de Itabira. Três destes sequer conseguiam relatar suas informações pessoais por estarem visivelmente sedados.

Durante a abordagem, dois indivíduos tentaram impedir a entrada das equipes e foram identificados com idades de 33, 39, 39, 45, 62, ambos usando rádios comunicadores. Com um deles também foi encontrado com rádio e orientava os internos a permanecerem em silêncio. Diante da situação todos foram presos e podem respoder pelos crimes:
Sequestro e cárcere privado,
Exercício ilegal da medicina,
Perigo à vida ou à saúde de outrem.
Além disso, seis internos precisaram ser encaminhados pelo SAMU para atendimento hospitalar, devido ao estado de saúde debilitado. Dois internos relataram que estavam no local contra a vontade, sob coação psicológica e física, e que foram impedidos de manter contato com familiares. Um deles afirmou que foi levado sob promessas de emprego, o que nunca aconteceu. Ambos destacaram o desejo de sair da clínica devido às condições de insalubridade.

A Vigilância Sanitária interditou o local, que armazenava medicamentos sem controle em uma pequena estrutura de madeira. Ainda foi verificado que a água consumida vinha de uma nascente localizada em um pasto com animais, sem qualquer tratamento.

Foram apreendidos no local celulares, rádios comunicadores, computadores, pendrives, cadernos com anotações e pastas com documentos da clínica.
A operação evidenciou mais uma vez a importância da fiscalização rigorosa de instituições que deveriam prestar cuidado e acolhimento, mas que colocam vidas em risco. A Promotoria de Justiça seguirá acompanhando o caso e os internos foram realocados com o suporte da Assistência Social.
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