Reportagem da TVMP mostra como povo Tikmu’un_Maxakali, por meio de educação ambiental e formação de agentes indígenas para o plantio de quintais agroflorestais, iniciativas apoiadas pelo MPMG, está conseguindo mudar a paisagem da região com a recomposição da floresta
Projeto Hãmhi Terra Viva. Iniciativa que, em 21 meses de trabalho, capacitou 30 agentes agroflorestais e 16 viveiristas indígenas Tikmu’un para plantio, manejo, produção de mudas, coleta e beneficiamento de sementes; implantou 60 hectares de quintais agroflorestais e 156 hectares de reflorestamento nos territórios indígenas Tikmu’un Maxakali, localizados no Vale do Mucuri, em Minas Gerais; implementou três viveiros-escolas, que são espaços educativos e de produção de mudas nativas da Mata Atlântica; plantou 112 mil mudas; alcançou a produção de alimentos para o consumo das famílias; a publicação do livro com os quatro Planos de Gestão Territorial e Ambiental bilíngues Tikmu’un/Português, entre outros resultados.

Os Planos de Gestão Territorial e Ambiental são resultado do projeto Hãmhi Terra Viva, realizado pelo Instituto Opaoká e viabilizado com recursos obtidos pelo MPMG por meio de medidas compensatórias.
O projeto surgiu a partir da atuação do MPMG, nos territórios dos Tikmu’un_Maxakali, com Programa Próximos Passos, por meio do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Apoio Comunitário, Inclusão e Mobilização Sociais (CAO-Cimos).

De acordo com a presidente do Instituto Opaoká, Mara Vanessa Fonseca Dutra, há anos os Tikmu’un Maxakali desejam a volta da floresta. “A área que eles ocupam está árida agora porque a floresta foi toda queimada e transformada em pastos. Mas ali é uma região originalmente de Mata Atlântica e deveria ser muito rica”, esclarece.
Ela relata ainda que, no início do projeto, foi bem difícil, mas agora as árvores estão crescendo e, aos poucos, virão os animais que também ajudam a plantar a floresta. “O povo Tikmu’un já está conseguindo mudar a paisagem, que é um berço de águas, uma potência. Eles vão ajudar inclusive os municípios da região”. Na avaliação dela, foi fundamental contar com o MPMG, que entendeu o projeto como parte de uma reparação histórica devida a esse povo, para efetivamente iniciar o trabalho.
