Investigação aponta que o médico Danilo Costa abusou, ao longo de 12 anos, de pacientes e funcionárias do hospital onde trabalhava, em Itabira, na Região Central de Minas Gerais.
Por Maíra Cabral, g1 Minas
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O mastologista Danilo Costa — Foto: Reprodução/ TV Globo
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) divulgou nesta quinta-feira (10) que o médico mastologista Danilo Costa, de 46 anos, será indiciado mais uma vez por crimes sexuais. Ele já é réu na Justiça por estupro, importunação e assédio sexual contra outras 15 vítimas.
Com a conclusão deste segundo inquérito, o médico passou a ser suspeito de ter abusado de, no mínimo, 19 vítimas ao longo de 12 anos.
Em 4 de fevereiro passado, Danilo foi preso ao ser indiciado pela prática de estupro, importunação sexual, violação sexual mediante fraude e assédio sexual contra mulheres, em Itabira, na Região Central de Minas Gerais. As vítimas eram pacientes e funcionárias do hospital onde o médico trabalhava.
No primeiro inquérito, Danilo foi acusado por 15 mulheres, que procuraram a polícia após uma paciente, de 52 anos, que fazia tratamento contra um câncer denunciar que foi estuprada pelo médico durante uma consulta médica, no Hospital Nossa Senhora das Dores.
Neste segundo inquérito, a PCMG recebeu denúncias de outras quatro mulheres, com idade entre 36 e 50 anos, também pacientes e funcionárias do hospital.
As investigações foram conduzidas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Itabira, e o inquérito recentemente concluído será remetido ao Ministério Público.
Abusos dentro do hospital
Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o médico se aproveitava da vulnerabilidade das pacientes para cometer os abusos.
Já as funcionárias do hospital que fizeram denúncias, alegaram que foram vítimas de toques e falas inapropriadas da parte de Costa. Há relatos também que ele teria agarrado algumas delas à força nas escadas, corredores e dentro do consultório.
Segundo o Delegado João Martins Teixeira da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Itabira (DEAM), que conduz as investigações, foi identificado um comportamento padrão do suspeito, que teria praticado os crimes sem a presença de testemunhas e sempre dentro do hospital.
O médico agia no momento em que o hospital já não estava tão cheio, sempre às escondidas ou dentro do consultório dele, sem nenhuma testemunha presente”, informou o delegado.
Teste de DNA
O Instituto de Criminalística da Polícia Civil realizou teste de DNA para embasar as investigações do primeiro inquérito. Durante buscas na casa do suspeito, foram coletados objetos pessoais do médico, dos quais foi extraído material genético para compará-lo com vestígios presentes no corpo e nas roupas de uma das vítimas após um suposto estupro.
Segundo o Teixeira, o laudo pericial comprovou que houve compatibilidade entre o DNA do mastologista Danilo Costa e o material genético coletado na roupa íntima da vítima.