Polícia Militar prende homem de vídeo racista que viralizou em BH

O criminoso também era foragido por não ter retornado à prisão após ter recebido o benefício da saída temporária.

A Polícia Militar prendeu nesta quarta-feira (23) Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos, responsável por um vídeo racista que ganhou repercussão no último fim de semana. A corporação não revelou o local da prisão nem os detalhes de como ele foi encontrado, mas mais informações serão divulgadas em uma coletiva prevista para o início da tarde.

Alessandro Oliveira era considerado foragido após não retornar ao sistema prisional. Com 66 registros policiais, ele já cumpriu pena em quatro ocasiões. Na última vez, recebeu o benefício de saída temporária, mas não voltou e passou a ser procurado pela justiça.

Os registros policiais de Alessandro incluem ocorrências de ameaça, violação de domicílio, agressão, diversos casos de estelionato e difamação, sendo a maioria dos crimes registrados em Governador Valadares, sua cidade natal. 

Ele foi preso por menos de um mês entre julho e agosto de 2017, voltou a ser preso em janeiro de 2018 até 2019, e ficou preso por um dia em setembro de 2022. A última detenção ocorreu em 22 de setembro de 2022, até março deste ano.

No dia 26 de março, conforme informações da Sejusp, ele teve uma saída temporária concedida pela Justiça, mas não retornou dentro do prazo, sendo considerado foragido por abuso de confiança. Ele possui um mandado de prisão em aberto.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acionou a Polícia Civil no último fim de semana para investigar o crime de racismo após a viralização do vídeo de um funcionário de um bar em Belo Horizonte.

Na gravação, ele faz declarações ofensivas, afirmando que “preto tem que entrar no chicote” e que “tem que tomar água do vaso”, além de criticar a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil em 1888.

O vídeo foi postado nas redes sociais nesta sexta-feira (18). O promotor de Justiça Allender Barreto Lima, coordenador de Combate ao Racismo e Outras Formas de Discriminação do MPMG, instaurou um procedimento de apuração assim que tomou conhecimento do caso por meio de movimentos sociais, mesmo não estando de plantão.

Na gravação, o homem também se refere à Princesa Isabel, responsável pela assinatura da Lei Áurea, como “maldita”, e expressa opiniões racistas. Ele diz: “É, rapaz. Trabalhar em bar não é fácil, não. Tem que aturar cada uma! Maldita Princesa Isabel, que assinou aquela Lei Áurea para acabar com a escravidão. Preto tem que entrar no chicote e no tronco mesmo, tem conversa não. Vê se preto tem razão pra reclamar de copo. Tem que tomar água do vaso essa desgraça. Falar para você, viu? Eu tinha que ter vivido na época dos barões, cortar essa raça toda no chicote, amarrar no tronco e chicote estalando no lombo. Amarrar na caixa de ferro e deixar o dia todo no sol esses demônios. Falar para você, viu? Tenho que aturar macaco aqui me enchendo o saco.”

reprodução do Vox

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