O ministro Luiz Fux é relator de ação que discute a adoção de medidas de reparação e de políticas públicas em favor das pessoas negras
Manoela Alcântara/Metrópoles

Durante julgamento da ação que discute o reconhecimento da violação sistemática dos direitos fundamentais da população negra e pede a adoção de medidas de reparação e de políticas públicas em favor dessas pessoas, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), cometeu uma gafe. Relator da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF nº 973), Fux usou uma expressão considerada racista, após fazer amplo discurso sobre a importância de extirpar o racismo estrutural da sociedade. Veja:
Depois de apresentar dados, falar sobre omissões concretas do poder público na efetivação de preceitos fundamentais à luz do Supremo e citar episódios trágicos com pessoas negras, como George Floyd, Fux afirmou: “Ultrapassando esse passado negro”. Veja vídeo:Play Video
O ministro se corrigiu ao falar: “Quer dizer, ultrapassando esse passado de racismo”
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A expressão “passado negro” é considerada racista porque ela se encaixa em um conjunto de termos da língua portuguesa que associam a cor preta ou a palavra “negro” a algo pejorativo, negativo, sombrio, prejudicial ou difícil. É a chamada associação negativa.
A expressão usa o termo “negro” no sentido figurado de algo ruim, sombrio, fúnebre ou desagradável, o que reforça estereótipos negativos e preconceituosos em relação às pessoas negras.
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