Bolsonaro confessou que danificou o equipamento de monitoramento. A perícia no dispositivo foi finalizada nesta segunda-feira (24/11) Letícia Guedes/Metrópoles
A perícia realizada na tornozeleira eletrônica que era usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi finalizada nesta segunda-feira (24/11) e confirmou que o dispositivo apresentava vestígios de tentativa de rompimento.
A coluna apurou que o laudo pericial da Polícia Federal aponta que a tornozeleira apresenta “danos significativos” e sinais claros de tentativa de violação. O documento, elaborado por peritos do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF), indica que o dispositivo foi submetido a fonte de calor concentrado.
Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal (PF), na manhã de sábado (22/11), após assumir que danificou o aparelho usando “um ferro quente”. O resultado da perícia corrobora com a versão dada pelo ex-presidente.
Os peritos constataram que a área danificada exibe características compatíveis com a ação direta de um objeto metálico aquecido.
A perícia
O Instituto Nacional de Criminalística da PF, onde o dispositivo foi periciado, é considerado referência na América Latina. A avaliação foi conduzida por peritos da área de microvestígios e eletrônica, que analisam se houve violação ou tentativa de romper o dispositivo, identificam possíveis ferramentas utilizadas e verificam qualquer dano, alteração ou interferência no funcionamento do equipamento.
A coluna já esteve no laboratório, que fica localizado na capital do país e conta com um aparato sofisticado. A sala é a primeira dedicada a vestígios microscópicos e micrométricos no Brasil.
A regra é clara: quando um equipamento é danificado, a multa é aplicada automaticamente e, num primeiro momento, quem arca com o prejuízo é o próprio GDF.
Depois, o governo pode cobrar o valor de quem causou o dano – no caso, o ex-presidente. A Seape, porém, informou à coluna que ainda não há definição sobre a cobrança.
Prisão mantida
No voto que manteve a prisão de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou que a violação foi “dolosa e consciente” e listou os episódios de descumprimento de medidas cautelares desde 2025, afirmando que o comportamento do ex-presidente demonstra “reiterado desrespeito à Justiça”.
Enquanto aguarda o julgamento definitivo, Bolsonaro permanece em uma sala especial na Superintendência da PF, em Brasília, onde recebe visitas de familiares e advogados. A Primeira Turma do STF já formou maioria preliminar pela manutenção da preventiva.