Flávio criticou decisão de Alexandre de Moraes e afirmou, em live, que o ministro quer “deixar Bolsonaro morrer” durante a prisão preventiva
Giovanna EstrelaPablo Giovanni/Metrópoles

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, durante uma live neste sábado (22/11), que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), será responsável caso seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), morra enquanto cumpre a prisão preventiva. O parlamentar abriu a transmissão direcionando críticas ao magistrado e dizendo temer pelo estado de saúde do ex-mandatário. Assista:
“Se acontecer alguma coisa com o meu pai, a culpa é sua [de Alexandre de Moraes]. Se o meu pai morrer, a culpa é sua. Como já aconteceu com o Clezão: pediu várias vezes para fazer tratamento médico, você devia achar que era desculpa para sair do presídio, e ele morreu dentro da cadeia. Você quer deixar meu pai morrer? Você quer matar o Bolsonaro, Alexandre de Moraes?”, disparou Flávio.
Flávio deve chamar o irmão, Eduardo, que está autoexilado nos Estados Unidos, para os dois falarem juntos na tarde deste sábado (22/11) e comentarem a prisão do ex-chefe do Palácio do Planalto.Play Video
Bolsonaro foi preso preventivamente por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na manhã deste sábado (22/11), após a Polícia Federal (PF) pedir a prisão do ex-presidente ao STF. A Procuradoria-Geral da República concordou com a prisão.
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O ex-presidente foi detido em casa e, de acordo com Moraes, a prisão ocorreu devido ao risco de fuga decorrente de uma violação da tornozeleira eletrônica. A decisão também cita a vigília convocada por Flávio em frente ao condomínio do pai, marcada para este sábado.
Flávio foi citado por Moraes em pedido de prisão
As duas ordens judiciais que resultaram nas prisões de Jair Bolsonaro (PL) – em agosto, a domiciliar e, neste sábado (22/11), a preventiva – tiveram um ponto em comum: a participação do seu filho 01, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em ambas as ocasiões, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou diretamente o senador, apontando que suas ações contribuíram para o descumprimento de medidas judiciais e para riscos à ordem pública.
No episódio mais recente, a Polícia Federal identificou que Flávio convocou uma vigília de apoiadores em frente ao Condomínio Solar de Brasília, onde o ex-presidente cumpre medidas cautelares. A divulgação do ato, previsto para este sábado, levou a PF a pedir a prisão preventiva de Bolsonaro. Para os investigadores, a mobilização poderia atrair grande número de pessoas, gerar tensão e comprometer a segurança de agentes, de manifestantes e do próprio ex-presidente.
A postagem do senador foi expressamente citada na decisão. O documento afirma que Flávio “incita adeptos” a se deslocarem até a casa do pai e utiliza o “mesmo modus operandi” atribuído à organização criminosa investigada por tentativa de golpe em 2022. A PF descreveu que o ato poderia se transformar em um acampamento semelhante aos que ocorreram em frente a quartéis no fim de 2022, com “efeitos e consequências imprevisíveis”. A Procuradoria-Geral da República e o ministro Alexandre de Moraes concordaram.
Moraes acolheu a avaliação da corporação e determinou a prisão preventiva para “garantir a ordem pública”. Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF no Distrito Federal por volta das 6h. A medida é cautelar e não tem relação direta com a pena de 27 anos a que o ex-presidente foi condenado na ação sobre a trama golpista.
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