O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) obteve no Tribunal do Júri a condenação de um homem de Ninheira, no Norte do estado, a 26 anos de reclusão pelo homicídio qualificado e ocultação do cadáver da ex-esposa, em crime ocorrido há dez anos.

O caso fora denunciado pela Promotoria de Justiça de São João do Paraíso. De acordo com as investigações, o agressor premeditou o crime e contratou um matador para provocar a morte e ocultar o cadáver da mulher. O casal estava separado havia três anos, porém o ex-esposo mantinha de forma dissimulada um comportamento simpático, de forma que podia frequentar a casa dela com a alegação de cuidar da filha que tinham juntos.
O homicídio, entretanto, foi o auge de uma escalada de agressões que começaram após a formalização do divórcio e envolveram ameaças por mensagem de texto, intimidações frente a parentes da ex-esposa e ataques físicos propriamente ditos — comportamento padrão em casos de feminicídio. No dia do crime, motivado por ciúmes, o homem pegou um carro emprestado e levou a filha à igreja. Além disso, simulou um álibi ao visitar uma outra mulher com quem vinha mantendo relacionamento. Após essa visita, foi a casa da ex-companheira, onde a raptou e a entregou a um comparsa não identificado pelas investigações. A mulher nunca mais foi vista.
As circunstâncias do crime indicaram premeditação, o que pesou na dosimetria da pena juntamente com o comportamento social inadequado do agressor, que abandonou a filha após a morte da mãe. O agressor foi condenado pelos crimes de homicídio com a qualificadora de motivo torpe e ocultação de cádaver.
Ministério Público de Minas Gerais