Segundo o secretário da PM, a resistência dos suspeitos ao cumprimento dos mandados de prisão desencadeou os confrontos armados
Letícia Guedes/Metrópoles

Rio de Janeiro – O secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Marcelo de Menezes, afirmou, em coletiva nesta quarta-feira (29/10), que as forças especiais montaram um “muro do Bope” para encurralar criminosos do Comando Vermelho (CV) durante a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha. A ação, que deixou ao menos 119 mortos, segundo o governo do Rio, que já é considerada a mais letal da história do estado. Quatro policiais – dois civis e dois militares – morreram no confronto com os suspeitos.
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Segundo o secretário, equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e de outras unidades avançaram pela Serra da Misericórdia, área de mata que liga os dois complexos. A estratégia foi empurrar os criminosos para a região de floresta, onde policiais já estavam infiltrados, bloqueando rotas de fuga.
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“Entramos pela mata e montamos um muro do Bope para cercar e impedir a movimentação dos criminosos”, disse Menezes.
A manobra tática buscava tirar os traficantes das áreas habitadas, reduzindo riscos à população.
No entanto, segundo o secretário, a resistência dos suspeitos ao cumprimento dos mandados de prisão desencadeou os confrontos armados. A operação também contou com helicópteros, tropas especializadas e apoio de inteligência.
As autoridades afirmaram que a ofensiva foi planejada por cerca de 60 dias, com foco na desarticulação de lideranças do CV, que, segundo as investigações, abrigam-se na região e ordenam crimes dentro e fora do estado.
Corpos enfileirados
Após a megaoperação, pelo menos 72 corpos foram achados em uma mata no Complexo da Penha nesta quarta. Os cadáveres, segundo moradores, tinham marcas de balas e facadas. Alguns estavam com “roupas de guerra”.
Imagens de drones mostram corpos enfileirados na Praça São Lucas. Em meio aos destroços do confronto, os equipamentos registraram o momento em que os mortos são cobertos por lona e passam a serem retirados da praça e encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML).
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