Os novos integrantes foram aprovados no LXI Concurso para Ingresso na Carreira da instituição e vão atuar nas Promotorias de Justiça do interior do Estado. Do total de recém-empossados, 32 são mulheres. Duas delas ficaram classificadas em 1º e 2º lugares gerais no certame. Nas vagas reservadas para pessoas negras, as mulheres também ocuparam as primeiras colocações
Setenta novos promotores de Justiça tomaram posse no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) nesta quarta-feira, 22 de outubro, em Belo Horizonte, em sessão solene perante a Câmara de Procuradores de Justiça da instituição. A cerimônia foi realizada no Teatro do Minas Tênis Clube e foi presidida pelo procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso Morais Filho.
Os novos promotores de Justiça foram aprovados no LXI Concurso para Ingresso na Carreira do MPMG e vão atuar em Promotorias de Justiça do interior do Estado, principalmente nas regiões Norte, Noroeste, Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha.

Do total de empossados, 32 são mulheres e 38 são homens, 13 foram aprovados nas vagas reservadas para pessoas negras e 2 nas cotas para pessoas com deficiência; 15 se declararam como pardos, 1 como amarelo, 7 como pretos e 47 como brancos. Eles têm entre 25 e 48 anos de idade.
Posse
Na solenidade, a nova promotora de Justiça Amanda de Queiroz Borges, classificada em 2º lugar geral, realizou, em nome do grupo, a leitura do Termo de Posse.

Na sequência, todos foram chamados individualmente pelo procurador-geral de Justiça para assinarem o livro de posse e entrada em exercício no cargo de promotor de Justiça substituto.

Logo após, as crianças do coral Cidade dos Meninos – Centro Infantil, de Ribeirão das Neves, fizeram a apresentação musical “Um mundo melhor”. A Cidade dos Meninos atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social de Belo Horizonte e Região Metropolitana.

Vocação
O procurador de Justiça Marco Antônio Borges falou em nome da Câmara dos Procuradores de Justiça do MPMG. Em seu discurso, ele afirmou que ser promotor de Justiça não é apenas exercer uma função pública. “É abraçar uma vocação, é carregar nas mãos o poder de transformar realidades”, comentou.

Borges também recomendou que, nos momentos difíceis de dúvida, de solidão e do peso de decisões, os novos integrantes se lembrem da sociedade que espera pela coragem deles. “O Ministério Público é a consciência viva da Justiça. Que cada ato, cada decisão, cada palavra sejam guiados não apenas pela lei, mas também pela sensibilidade, pela empatia e pelo amor ao ser humano”, concluiu.
Mulheres
A promotora de Justiça Vanessa Carmo e Silva, aprovada em 1º lugar geral no certame, fez um discurso em nome de todos os recém-empossados.

Ela destacou que, considerando os últimos 10 anos de concurso, pela primeira vez duas mulheres ficaram praticamente empatadas no 1º lugar geral – separadas apenas por alguns décimos. “Estamos diante de uma situação inédita”, comentou.

Vanessa informou que, neste concurso, as mulheres também compartilharam as primeiras posições das vagas reservadas para as cotas raciais. De acordo com ela, esse fato demonstra que o MP é um espelho de uma transformação necessária que a sociedade vem experimentando, que abrange o protagonismo feminino e a paridade de gênero.
Ela relembrou que, em 1953, pela primeira vez, uma mulher foi aprovada no concurso para ingresso na carreira do MPMG. E ressaltou a evolução que houve em 2025: dos 70 aprovados, quase a metade é mulher. Para finalizar, ela afirmou aos colegas: “Que jamais esqueçamos a nossa incumbência nessa nobre função, cujo próprio nome já diz, a de promover Justiça”.
Compromisso
Em seu pronunciamento, o procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso Morais Filho, rememorou os nomes de figuras ilustres que ajudaram a construir a história do MPMG: Afonso Arinos de Melo Franco, Antônio Carlos de Andrada, Bias Fortes, Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira, Iracema Tavares Nardi, Nelson Hungria, Venceslau Brás, José Lins do Rêgo Cavalcanti, Tancredo Neves.

Ele destacou, aos recém-empossados, a importância do compromisso com valores éticos e responsáveis para guiar as ações e decisões na trajetória profissional. “Estamos em tempos de grandes avanços tecnológicos, mas as dores humanas persistem e é este o nosso dever: proteger os mais vulneráveis, aqueles que sofrem com a falta de acesso à educação, à saúde e que ainda são vítimas de diversas formas de violência”, disse.
O procurador-geral de Justiça enfatizou que a atuação dos promotores de Justiça carrega o peso de poder atingir toda a coletividade e que os princípios fundamentais da Constituição Federal devem ser a base do trabalho deles. “Temos como objetivo a responsabilidade pela construção de uma sociedade livre, justa e solidária”.
A sessão solene contou com a participação de membros, servidores e colaboradores do MPMG, de representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, policiais civis, militares e bombeiros, defensores públicos, advogados e dirigentes da OAB e entidades de classe, familiares e amigos dos novos promotores de Justiça.
Durante a cerimônia, as músicas e o hino nacional foram executados por integrantes da “Bios”, Bombeiro Instrumental Orquestra Show, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Ministério Público de Minas Gerais