Por ASCOM-PCMG
Uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) teve como alvo de mandados de busca e apreensão imóveis ligados a suspeitos de integrar um esquema criminoso que aplicava golpes contra produtores rurais na região de Bocaiúva, no Norte do estado.

Durante a ação, realizada nessa quarta-feira (9/7), foram apreendidos 57 cabeças de gado, documentos contábeis, dois veículos de luxo e maquinários agrícolas. Houve, ainda, uma prisão em flagrante por posse ilegal de munição, arrecadada durante as buscas.
A Justiça também autorizou o sequestro de valores que somam R$ 953 mil diretamente relacionados com os crimes investigados.

Os resultados da ação foram apresentados em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10/7).
Esquema criminoso
As investigações indicam que os crimes tiveram início no começo de 2023. Segundo apurado, os suspeitos — pai e filho, de 81 e 54 anos — negociavam com produtores rurais utilizando o nome de uma pessoa influente na região para conquistar a confiança das vítimas.
Os pagamentos eram realizados por meio de cheques sem fundos, com valores que variavam entre R$ 5 mil e R$ 154 mil. O prejuízo estimado apenas em Bocaiúva é de quase R$ 1 milhão.
De acordo com o delegado Thelles Bustorff, responsável pela investigação, o gado adquirido por meio dos golpes era levado para uma fazenda no município de São Francisco, no Norte de Minas, sendo posteriormente vendido em leilões nas cidades de Uberlândia (MG) e São Paulo (SP). Os lucros eram lavados por meio de uma empresa de autopeças em Brasília de Minas, também no Norte mineiro, administrada por um terceiro suspeito, de 59 anos.
“A investigação segue em andamento e não descartamos a existência de novas vítimas. Até o momento, 15 produtores procuraram a Polícia Civil após perceberem que os cheques foram devolvidos. Todos os cheques foram apreendidos e fazem parte das provas reunidas”, afirmou o delegado.
Atuação em outras cidades
As apurações revelaram que os suspeitos também teriam aplicado golpes semelhantes em Buritizeiro (Norte de Minas) e Diamantina (Vale do Jequitinhonha), com prejuízos que somam cerca de R$ 2 milhões nas duas localidades.
As investigações continuam com a análise dos materiais apreendidos, perícia documental e identificação de possíveis novas vítimas.