Na visão da PF, os depoimentos dos ex-chefes das Forças Armadas e a reunião de 5 de julho de 2022 são suficientes para indiciar Bolsonaro
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Arthur Menescal/Especial Metrópoles
![Presidente Jair Bolsonaro discursa durante evento com as Forças Armadas - metrópoles](https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2024/03/16160459/Depoimentos-de-ex-comandantes-e-militares-das-Forc%CC%A7as-Armadas-sobre-a-suposta-tentativa-de-golpe-complica-a-situac%CC%A7a%CC%83o-pelo-ex-presidente-Jair-Bolsonaro-metro%CC%81poles-20-600x400.jpg)
A Polícia Federal (PF) considera já ter elementos para indiciar Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto e Augusto Heleno pelo crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
A PF avalia que os depoimentos do general Freire Gomes e do brigadeiro Baptista Júnior, somados a provas como o vídeo da reunião de 5 de julho de 2022, são suficientes para mostrar como, ao longo de 2022, Bolsonaro tramou contra o sistema eleitoral, planejou uma maneira de ficar no cargo mesmo após a vitória de Lula e conspirou contra instituições da democracia, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
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Walter Braga Netto e Augusto Heleno participaram, na visão da PF, de todo o planejamento do golpe que era desenhado.
Diz o artigo 359, que trata no Código Penal sobre esse crime:
“Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”.
A pena prevista é de reclusão de 4 a 8 anos. Mas este não será o único crime por que os três devem ser indiciados.