Túlio Kaizer, João Vitor Xavier/Itatiaia
O América recebeu proposta de um fundo de investimento austríaco por 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol. A Itatiaia apurou que o grupo ofereceu 120 milhões de euros (cerca de R$ 647 milhões na cotação atual) para comandar o futebol do clube.
A proposta inclui o controle de todo o departamento de futebol. Isso inclui profissional, base, feminino, além de propriedades comerciais do clube. A princípio, os imóveis do América não entrariam na negociação com o grupo austríaco.
Marcus Salum, presidente da SAF do América, detalhou a proposta em entrevista exclusiva à Itatiaia. O dirigente diz que o Coelho não vai negociar o CT Lanna Drumond e o Independência. Com isso, o valor da oferta cai para 80 milhões de euros (cerca de R$ 431 milhões).
“A proposta inicial era de 120 milhões de euros, mas não era só o futebol, envolvia dois elementos: um de exploração de estádio no Brasil e um centro de excelência física no Brasil, que nós eliminamos da proposta, que eram de 20 milhões de euros cada um. A proposta do futebol é de 80 milhões de euros”, disse Salum.
Salum diz que é favorável à venda das ações da SAF, mas revela que ainda não está otimista com a oferta. O motivo é que o grupo austríaco ainda precisa captar os recursos para realizar a compra. Isso é motivo de preocupação no Coelho.
“O problema é que não é recurso próprio. São investidores que vão buscar recursos de terceiros. E isso gera custo, gera pagamento, e a operação tem que pagar. E se a operação não pagar, qual o risco o América tem? Isso está sendo tratado para que o América tenha segurança. Se a coisa não der certo, como eu recompro? Qual a minha garantia de recompra? Se a empresa que trouxer o recurso não conseguir pagar a conta, não pode entrar nada do América no passivo”.
Por fim, Salum explicou por que ainda não levou a proposta para ser discutida no conselho. “Não levei o assunto aos conselhos, porque tenho que levar a coisa pronta. Tem um grupo estudando, tem reuniões acontecendo. Quando for viável, a gente vai levar. Não é imediato. É um projeto, se der tudo certo, para o meio do ano que vem. Nós temos até cronograma junto com o investidor de aprovação. Tudo vai ser apresentado ao conselho. Nada no América é feito à deriva do conselho”, concluiu.